segunda-feira, 26 de maio de 2014

O Crânio de Castelao já chegou à EOI

O clube de leitura continua com O Crânio de Castelao. Os exemplares já estão disponíveis na biblioteca.

Dentro do género policial, o livro narra o roubo do crânio do Museu do Povo Galego em Compostela, e a subsequente procura do mesmo por um estudante de medicina. Na redação deste romance coletivo participaram escritores galegos, portugueses, cabo-verdianos, brasileiros, angolanos e timorenses.

A sessão de debate será no dia 27 de junho, por volta das 19h00 (confirmaremos a hora definitiva). Ainda não podemos confirmar, mas esperamos contar com a presença de algum dos autores.


 Aproveitaremos a última sessão do clube para celebrar uma pequena festa de despedida do ano académico, onde serão muito bem-vindos todos os estudantes de português e/ou doutras línguas. Iremos avançando mais informações sobre este evento.





domingo, 18 de maio de 2014

Neighbours, de Lilia Momplé - (Percurso Autoras Moçambicanas)

Neighbours está na biblioteca da EOI, dentro do percurso de leitura Autoras Moçambicanas. 

Não sei o que surpreende mais ao pegar neste livro: o título em inglês, o quadro da pintora Catarina Temporário na capa; ou o subtítulo: Quem não sabe de onde vem, não sabe onde está nem para onde vai. 



"Neighbours" não é uma série de TV estadunidense, mas um romance desses que nos interrogam e desassossegam.

Na década de 80 do século passado, agentes sul-africanos, viajaram a Moçambique com a encomenda de perpetrar assassínios, em retaliação pelo acolhimento dado em Moçambique a membros do CNA (Congresso Nacional Africano), que naquela altura combatia o Apartheid. Em muitos casos o alvo dos ataques eram os vizinhos dos refugiados, e não eles próprios.

O Moçambique retratado neste livro ainda não chegara aos dez anos de independência, e estava submerso numa guerra civil que irá até 1992. A par da violência, o povo vive submerso em grandes dificuldades económicas, quando não mesmo miséria. A capital Maputo sofre grandes problemas de abastecimento, e os trabalhadores não têm poder de compra para ir além de uma alimentação mínima:

Com efeito, a farinha de milho e o repolho e, por vezes, o carapau congelado, têm sido, durante os três últimos anos, os únicos produtos acessíveis no mercado de Maputo. Quanto ao resto, ou não existe ou é vendido na candonga ou na Interfranca a cooperantes ou a uns tantos moçambicanos privilegiados ou ladrões. O trabalhador comum tem de contentar-se, diariamente, com a infalível upswa e o repolho que, na gíria popular, se tornou conhecido pelo agradecido nome de "se não fosses tu. 

A narrativa aproxima-nos tanto das vítimas quanto dos assassinos, em capítulos estruturados consoante as horas do mesmo dia. São méritos do livro esse  vaivém entre as luzes e as sombras, e a aproximação aos fatores humanos de um crime politicamente motivado.

Ora, as mulheres é que são as grandes protagonistas do romance. É frequente terem sido arrastadas a matrimónios com homens que pouco se importam com elas, quando não são abertamente infiéis ou mesmo violentos. Só nalguns casos essas mulheres se sobrepõem ao seu destino: a Muntaz que consegue estudar medicina sem apoio da família; a Leia que, depois de um casamento de conveniência, encontra um companheiro digno em Januário; ou a Mena que denuncia o assassínio que o seu marido está envolvido.


Com a história de Moçambique como pano de fundo, Neighbours é antes do mais a narrativa das pessoas concretas que acabam por ser vítimas de esquemas alheios a elas. Apesar da dureza das condições, sempre resta uma margem para a escolha entre o bem e o mal. 

Lilia Momplé também nos oferece um lampejo dos usos e costumes do país, no que toca, por exemplo, às comidas, relações de casal, coexistência entre línguas diversas, ou até as dificuldades para alugar um apartamento em Maputo. O glossário final é de grande ajuda, mas as dificuldades de vocabulário nunca chegam a atrapalhar a leitura.

Enfim: só têm de ir à biblioteca e começar a ler. Recomendo mesmo este Neighbours.







sábado, 3 de maio de 2014

Miguel Torga, Contos da Montanha

No dia 13 de maio (20h00) teremos a sessão de debate sobre os Contos da Montanha de Miguel Torga, um dos clássicos do autor transmontano.

Querem petiscar algum continho do livro antes de irem à biblioteca?  Podem ler aqui um dos mais conhecidos, o seu Maria Lionça. E eis o Torga a falar deste conto. 



Da mão de Torga somos levados à sociedade rural-tradicional de Trás-os-Montes, com todas as suas grandezas e também misérias, como assinalou uma leitora. Alguns de vocês porventura reconhecerão no vocabulário de Torga palavras que já ouviram na vossa infância e ficaram arrumadas numa gavetinha da memória.


exemplares do livro na biblioteca, e animamos muito a requisitá-los. Ora, não faz falta ter lido o livro para frequentar o debate.

Podem ver aqui um documentário sobre a biografia de Torga.

E aqui, um vídeo com o autor a ler alguns poemas.




No blogue Lusopatia há uma resenha da experiência de leitura deste livro pelos membros do clube Santengracia, de ex-alunos da EOI de Compostela. 


Apareçam!


Capitães da Areia, de Jorge Amado

O clássico do brasileiro Jorge Amado foi a nossa terceira leitura. Capitães da Areia conta a história dos meninos da rua de Salvador de Bahia.

Capitães foi escrito na década de 1930, na primeira etapa da obra do autor, marcada pelo tom social. Ora, a vitalidade de Jorge Amado é tanta, que as aragens de esperança e liberdade acabam sempre por prevalecer.

A sessão de debate foi no dia   de março. O êxito do livro foi consensual. 


O último cais, Helena Marques


Helena Marques publicou o seu primeiro romance em 1992, quando já tinha 57 anos.

A este seguiram-se, entre outros, A deusa sentada (1994), Terceiras Pessoas (1998), Os Íbis Vermelhos de Guiana (2002), Ilhas contadas (2007) e O bazar alemão (2010). As ilhas, as viagens e as relações familiares são uma constante na obra desta autora.

O Último cais é a história de uma família da Madeira ao longo de várias gerações. Narrado prioritariamente do ponto de vista das mulheres, o livro toca temas como a luta contra a escravatura, e emancipação das mulheres, ou o advento da Primeira República a Portugal.

A sessão de debate sobre o livro foi a 21 de janeiro de 2014. Animamos quem ainda não leu, a requisitar o livro na biblioteca da EOI.


sexta-feira, 2 de maio de 2014

Os da minha rua, Ondjaki

O clube Léria iniciou o seu andamento com este livro do Ondjaki, feito de estórias da infância do autor em Luanda. A sessão de debate foi no dia 17 de dezembro de 2013.

Pouco tempo antes da sessão, a 28 de novembro, o autor visitou a livraria Ciranda, e lá estiveram algumas das pessoas que participaram no clube. Essa visita coincidiu, por sua vez, com o aniversário do escritor, para o qual se organizou uma ceia na Nave de Vidam.